Prof.ª Dr.ª Gislaine de Fátima Ferreira Leite

Memórias: cartografando os (des)caminhos da inclusão

O projeto de pesquisa intitulado “Memórias: cartografando os (des)caminhos da inclusão”, a ser desenvolvido no Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais, apresenta o desejo por desvendar frestas que efervesçam resistências, enfrentamentos e o vibrar das diferenças, objetivando problematizar as políticas públicas que instauram normas frente a um diagnóstico universalista, baseando-se em simulacro para propiciar o devir das pessoas com deficiência; como acessar diferentes narrativas e traçar novas fendas sobre a inclusão, buscando compreender, também, as possibilidades de participação política das famílias no cotidiano escolar. Assim, se fará necessário caminhar por trajetórias díspares, (re)visitando memórias e (re)conhecendo as legislações e as políticas que visam à inclusão escolar e o Atendimento Educacional Especializado – AEE através de distintas experiências e de olhares oblíquos. Destarte, a pesquisa em tela navega por portos que ultrapassam os muros das escolas: as famílias. Portos, estes, que recebem e embarcam estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação, navegando com o auxílio de diferentes correntezas e por outros roteiros e óticas. Eder dos Santos Azevedo (2013) ao descrever as participações discretas das famílias no contexto escolar, destaca seu incômodo frente aos poucos diálogos sobre a organização de tempos e espaços educacionais. Ao propiciar a participação política das famílias no ambiente escolar, buscando promover a interação entre escola e famílias, que perpassa e se evidencie em discussões coletivas, no Projeto Político Pedagógico, na gestão escolar, no currículo, nas atividades desenvolvidas na sala de aula e no Atendimento Educacional Especializado; visamos uma gestão democrática que deve ser “concebida como espaço de partilha de poder e, consequentemente, espaço de negociação de conflitos e de assunção de novos ‘saberesfazeres’ advindos das práticas cotidianas” (AZEVEDO, 2013, p.53).