No dia 12 de julho de 2023, aconteceu no Centro Pedagógico uma Oficina de pinturas corporais indígenas durante o GTD “História(s) Indígena(s): saberes, culturas e práticas”. A Oficina teve por objetivo evocar respeitosamente a ancestralidade étnica e cultural dos povos indígenas brasileiros através da fabricação e manuseio de tintas orgânicas que tem um valor imaterial e de suma importância cultural, além da aplicação e desenho de grafismos junto aos/às estudantes.

A iniciativa fez parte do GTD ministrado pelo monitor Evandro José Faria Junior, estudante do curso de Licenciatura em História, orientado pela professora Ruana Priscila da Silva Brito, do Núcleo Básico. O GTD “História(s) Indígena(s): saberes, culturas e práticas” foi ofertado aos/às estudantes do 3º ano (A e B – Turmas Arco Íris e Diamante), no 1º Ciclo de Formação Humana, e teve como objetivos desmistificar preconceitos previamente construídos e familiarizar as crianças com costumes tradicionais e práticas de parte das diversas etnias que compõem a diversidade de povos originários brasileiros.

Para participar da Oficina e compor os momentos de encerramento do GTD foi convidada a monitora Beatriz, que também tem o nome de Atara, integrante do Programa Imersão Docente – Educação Especial (PID/EE) e então monitora no 4º ano A. Beatriz que também tem o nome de Atara na língua de seu povo, é indígena da etnia Puri e participou também de outra aula, realizada na semana anterior à Oficina de pinturas na Casa Xakriabá, no Jardim Mandala da Faculdade de Educação (FaE). Nesse momento, Atara levou diversos elementos e adereços de valor cultural e significativo, como brincos, colares, maracá, cocar, entre outros, além de realizar uma conversa a respeito dos direitos e do lugar dos indígenas na sociedade, destacando pontos como o colonialismo provocado pela invasão europeia ao Brasil.

Durante a oficina, Atara (Beatriz) apresentou às crianças elementos como tinta de jenipapo, carvão e urukun in natura para a produção das tintas. Após repassar alguns combinados com a turma, as/os estudantes iniciaram o processo de fabricação das tintas, descascando o urukun, ralando o carvão e depois misturando os elementos com água para chegar à textura desejada, com o apoio do professor e de Beatriz.

Posteriormente, Beatriz realizou as pinturas corporais nas crianças que desejaram participar e que tinham autorização de seus responsáveis. Em cada estudante foi aplicada uma pintura de sua escolha com alguma das tintas (jenipapo, urukun ou carvão): cobra, onça, peixe ou borboleta, que são grafismos de proteção e com grandes significados dentro do povo Puri.

A Oficina de pinturas contribuiu com uma experiência palpável e lúdica para as crianças do 3º ano que integraram o GTD “História(s) Indígena(s)”, visto que durante o 1° semestre trabalharam com questões relacionadas à diversidade, direitos, multiplicidade étnica e formas de se existir e posicionar no mundo como indivíduo e coletivo de pessoas.

 

Escrito por Evandro José Faria Junior e Beatriz Puri (Atara).